quinta-feira, 25 de junho de 2009

O NOSSO BATALHÃO NO SALIENTECAZOMBO...




O SALIENTE CAZOMBO
Distribuição das Forças Militares e Militarizadas

O nosso Batalhão, o 4212/73 tinha a sua Companhia de Comando instalada no Cazombo, pequena vila situada na margem esquerda do Rio Zambeze, mesmo no coração do dito saliente. O saliente é aquele quadradinho que os antigos exploradores portugueses ali deixaram saliente no mapa de Angola. Ainda hoje me questiono o que terá levado os ditos a traçar fronteiras com aquela simetria!? Seria mais fácil traçar a fronteira seguindo o Rio Zambeze, que assim daria uma fronteira natural mas, algo fez com que o quadradinho lá ficasse…
Mas, não estou aqui hoje para desvendar esse mistério… Estou sim para falar da nossa tropa e por onde ela se encontrava acantonada.
Assim, como já dissemos a C.C.S. estava no Cazombo. A nossa companhia a 1ª estava na Lumbala Nova, como também já referimos. A 2ª Companhia encontrava-se na Calunda e tinha dois destacamentos: no Lóvua e no Macondo. A 3ª por sua vez ficou instalada no Cavungo (onde a rainha dos Luenas – Nana Candundo – tinha a residência ) e tinha também dois destacamentos; um no Massibi e outro no Jimbe.
Depois haviam outras companhias não pertencentes ao nosso Batalhão mas que designadas pela Região Militar Leste, com sede no Luso, ocupavam lugares estrategicamente importantes nesta área de grande infiltração por parte do M.P.L.A..
Assim, na Caianda encontrava-se uma CART (Companhia de Artilharia), que igualmente tinha um destacamento no Jimbe. No Chilombo, a menos de 20 quilómetros da Lumbala, uma companhia de Fuzileiros, que semanalmente nos visitava para ir receber o correio que chegava ao nosso “aeroporto” no Nord Atlas…
Do outro lado do Zambeze, na Lumbala Velha, a companhia independente C.Caç. 4149, que mais tarde esteve no Chilombo, aquando da retirada dos Fuzileiros para Luanda (após o 25 de Abril ).
Na sede do Batalhão, no Cazombo, havia ainda um Pelotão de Morteiros, que tinha as suas secções destacadas em diversos destacamentos, reforçando assim as Companhias, e um P.A.D., Pelotão de Apoio Directo, para intervir na área logística de viaturas: reparação e reboque.
Havia ainda as unidades militarizadas compostas pelos G.E.’s, directamente sobre o comando do Exército Português e os FLECHAS (ex-combatentes dos chamados movimentos de libertação) sob comando da D.G.S.(ex-PIDE).
Grupos de G.E.’s estavam distribuídos pelos seguintes aquartelamentos: Cazombo, Lumbala, Calunda (Lóvua e Macondo) e Cavungo. Os Flechas na Lumbala Nova e no Jimbe.
Depois havia que contar com os FIÉIS (tropas refugiadas do antigo Katanga – Congo Belga (Zaire), do tempo do Tchombé) e os LEAIS (refugiados da Zâmbia), ambos apoiados pelo Exército Português, auxiliando na execução de patrulhas e operações. Os Katangas estavam instalados na Gafaria (perto do Cazombo), os quais conhecíamos bem, pois passavam com frequência na Lumbala (o Serafim que o diga…punha mercúriocromo ou soluto de iozina no álcool puro a ver se eles não o bebiam, pois eram grandes clientes da enfermaria…), os segundos encontravam-se acantonados na Calunda e deles nem o rasto lhe vimos…
É possível que alguma falha exista nesta breve resenha e para isso conto com as achegas e comentários dos meus ex-camaradas…

11 comentários:

  1. Meu caro,
    Entro apenas para lhe dizer que também andei por essas paragens entre 1967 e 1968 (no 2º ano fomos para o Norte junto ao Caxito) e tive mesmo o meu baptismo de fogo no Chilombo, na noite de Natal de 1967, dois meses depois de ali chegar.
    Li a sua descrição e quero dizer-lhe que já no meu tempo o nosso Batalhão também estava assim distribuido pela zona. A minha Companhia estava então na Lumbala. Estive então no Chilombo e depois com o meu Pelotão andaeidestacado a dar protecção à JAEA e cheguei a estar algum tempo no Cavungo. Só mais uma informação: Tinhamos um pelotão em Caripande, junto à Zambia em condições de isolamento muito más. Depois de nós julgo que aquela posição foi abandonada.
    Cumprimentos.

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  2. Meu caro ex camarada de armas,também estive nessas zonas,durante 26 meses,Julho de 1971 a Setembro de 1973 na Lumbala Nova, pertencia ao Bat.Caç.3847 os Ases,estava integrado na C.Caç.3383, a 3384 estava no Cavungo, e a 3385 na Calunda, a C.C.S. no Cazombo,felizmente ou infelizmente, não sei conheço isso tudo, desde Caripande até Teixeira de Sousa,onde andei a fazer escolta ao MVL durante um Ano.Algum ex camarada ainda se recorda da menina Tereza Cambuta
    Cumprimentos a todos
    Manuel Custódio

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    1. Caro combatentes, também estive em Angola 1971/73, o B.C.3847 para o leste o B.C.3848 for para Nambuangongo, embarcamos no mesmo dia no Vera Cruz a 07/07/1971, após um dia fizemos escala na Madeira.
      Um abraço
      Mário Silva O cabo padeiro c.c.3387

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    2. Email da C.C.3387 do Bat. caç. 3848.http://www.prof2000.pt/users/secjeste/CCac3387/

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  3. 1289/70 Fuzileiro Companhia 1 - Angola 72-74

    Algum camarada por ai que se queira revelar,por favor contacte:

    armindoferreira@hotmail.com

    Conhecido por "Nazare"

    Cumprimentos a todos,
    Armindo Ferreira - Toronto - Canada

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  4. Recebi o teu comentário ao artigo escrito no blog Lumbala 74 – O NOSSO BATALHÃO NO SALIENTE CAZOMBO…
    A nossa companhia era a 1ª do Batalhão sediado no Cazombo e estivemos na Lumbala Nova, entre Julho 1973 até Novembro 1974...
    Pelo que li foste Fuzileiro e deves ter estado no Chilombo. Certo?
    A nosso quartel era onde existia a pista onde o Nord Atlas aterrava e vocês iam buscar o correio…
    Nós passavamos muitas vezes ao vosso quartel quando íamos a Teixeira de Sousa fazer escolta a coluna dos abastecimentos…
    Pessoalmente fiz uma operação até à fronteira com a Zâmbia e fomos lançados por uma lancha(de desembarque) vossa e depois recolhidos pelos “zebras”…(penso que era assim que se chamavam?)…
    Do vosso pessoal de momento não me recordo de nomes…apenas do Sargento Enfº Pólvora, porque sofri nas mãos dele a apanhar umas injecções duns milhões!!!
    Ah! e da vossa mania de apanhar jacarés à mão no Zambeze!
    Amigo "Nazaré" cá esperamos mais comentários, que serão sempre benvindos.
    Aquele abraço!

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  5. Também lá estive , mas em 1963/1965, com o B Caç, 477.
    Eu tinha sido do 442, mas fui transferido, ( coisas da vida militar).
    Era Alferes e fui comandar o destacamento que estava em Lumbala a Velha.
    Foram bons tempos.
    Alguém sabe da «malta daquele tempo»
    L.R.

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  6. Zeca António Andrade23 de março de 2012 às 02:21

    ALTO ZAMBEZE,

    KALUNDA
    A Comuna de Kalunda tem as seguintes divisões: o curso do rio lwizabu desde a sua confluência ao rio Zambeze até a confluência com o rio mudileji; a linha fronteiriça com a República da Zâmbia desde esta confluência ao marco 11; a linha que une o referido marca com a nascente do rio kawoba, confluências dos rios kaseke e lwawa, nascente do rio kaseke, do rio nyela, o curso deste até ao rio makondu, que o seu curso vai até chinyanvu; de chinyanvu até à sua nascente a linha que une esta nascente com a do kanyisenvu, o curso de kanyisenvu até à sua nascente, a linha que une esta com o do rio muwunda. O curso deste rio até à confluência do rio kebaña, o curso deste até à sua nascente, a linha quebrada que une esta nascente com as dos rios: kasengi e lunachi, o seu curso vai até o rio katambu, o curso do rio katambu vai até na sua nascente, a linha que une esta nascente com as dos rios muhaku, lwezuñu e mujimu, o curso do rio mujimu até à sua confluência no rio lumpewa, de lumpewa à confluência do rio Zambeze. O curso do rio Zambeze entre esta confluência e a do rio lwizabu. Esta Comuna faz limite com as Comunas de: Makondu, Lovwa, Lumbala e com a Vila de Kazombu.

    LOVWA
    A Comuna de Lovwa – Esta Comuna tem os seguintes limites: o curso do rio Zambeze com as confluências dos rios lwizabu e njimbi; a linha fronteiriça desde esta ultima confluência até a do rio mudileji ao rio lwizabu; o curso deste até à sua confluência no rio Zambeze. Tem também limites com a Comuna de Kalunda, Kayanda, Kavungu e com a Vila de Kazombu.

    MAKONDU
    A Comuna de Makondu –
    Esta Comuna é a terra do autor deste trabalho, ela tem os seguintes limites: o rio kanyisenvu desde a sua confluência no rio lufwije, até à sua nascente, a linha que une esta nascente com a do rio chinyanvu, o curso do rio chinyanvu, até à sua confluência no rio makondu, o curso do rio makondu até à da confluência rio nyela; o curso deste até à sua nascente, a linha quebrada que une esta nascente com a do rio kasesi, confluência dos rios kaseki e lwawa, nascente do rio kaheba e marco 11 na fronteira com a República da Zâmbia, a linha fronteiriça desde o marco 11 até ao rio manyiña – paralelo 13‘00’00, pela linha fronteiriça, a partir daqui até interceptar o rio Zambeze; o curso deste, até à confluência do lufwiji, o curso do rio lufwiji até à confluência com o rio kanyisenvu.
    Esta comuna faz ainda fronteiras com as Comunas de Kalunda e Lumbala e a leste desta com a República da Zambia.

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  7. Pois foram ignorados pelo menos dois itens.O 6º pelotão de caçadores adido as diversas companhias sediadas no Cavungo e o destacamento do jimbe que também funcionava com uma secção de flechas.

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    1. GRANDES Guerreiros Flechas o meu Pai esteve com eles no Jimbe .

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  8. Olá Caros Maçaricos! Trato-os assim porque andei por essas bandas em 1962: o meu Pelotão construiu o quartel em Lumbala Nova, junto à picada para Caripande, fez-se a marcação para a futura pista de aterragem, etc. Depois de um ano nos Dembos: Quicabo, Sete Curvas e Beira Baixa-Canacassala, o segundo ano de comissão 1962/63, foi um período de férias com visitas de trabalho Balowale na atual Zambia. A zona estava pacificada, embora houvesse notícias e indícios de que se aproximavam tempos complicados, pois detetamos o inicio da doutrinação das populações. Criei uma escola com 84 alunos que ficaram a entender e fazer-se entender em português: a minha coroa de glória com a colaboração do saudoso Cabo Bolrão.
    Posso esclarecer porque os demarcadores criaram aquele saliente de Cazombo: é que o Alto Zambeze éra a grande fonte de abastecimento de peixe seco e a Serra de Calunda é minério de ferro desde a superfície e ainda aquele saliente fica entra os filões de cobre do Katanga e da Zambia. O Alto Zambeze é uma zona muito rica em peixe, caça, agricultura e minérios. Sem esquecer e reserva da Cameia.
    Se quiserem visitar os meus blogs: CC115 e CC115.1 serão benvindos.
    Saudações e abraços a todos os amigos do Moxico

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