terça-feira, 30 de junho de 2009



Entre 1960 e 1974 estiveram envolvidos nas guerras do ultramar, cerca de um milhão e meio de soldados portugueses. Infelizmente, as razões políticas que se opunham a essas guerras, têm tido até hoje mais força, do que o sacrifício de todos aqueles lhe nelas foram obrigados a participar, e a vozes que se ouvem contando a origem e a história dessas guerras , são infelizmente, as daqueles dos que por objecção de consciência ou por comodidade pessoal, saíram para fora de Portugal e nelas não quiseram participar.

Durante os tempos de Oliveira Salazar, afixaram-se pelas paredes de Portugal, muitos cartazes de propaganda, em que entre muito outras coisas se puderam ler de Camões, canto IV, estrofe XXXIII :
"Dizei-lhe que também dos Portugueses / Alguns traidores houve algumas vezes"
Claro que Camões não se referia ao século XX, mas sim àqueles portugueses, que nos tempos de D. João I, se passaram para o lado de Castela e combateram contra os interesses nacionais de Portugal. É certo que hoje se pode aceitar que para esses portugueses, a noção de respeito pela sucessão dinástica era mais importante que a noção de pátria portuguesa, compreendendo a sua tomada de posição nessas guerras.

O que seria inaceitável, era que esses portugueses que combateram por Castela, tivessem escrito a história lusitana sob o seu ponto de vista, esquecendo ou minimizando aqueles que realmente, combateram e sofreram por Portugal.

Assim os combatentes das guerras do ultramar, deverão deixar de se esconder como se fossem criminosos e gritar orgulhosamente como os espartanos de Leónidas - dizei a Portugal, que morremos, por obedecer às suas ordens -.

Nota do autor: Este artigo foi retirado da internet "in Memórias da Guerra 1961-1974".

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